O gesto é fundamental na pintura. Principalmente no meu trabalho, que é principalmente composto por arte
abstrata. Por mais que se
planeje e se anseie por um resultado específico, quando se trabalha com arte
abstrata, é o gesto que comandará o ato criativo.
Em meu atelier, neste último final de semana, enquanto eu pintava peça por peça, num repetir sem fim - com gestos inicialmente poucos criativos - me deu um rompante e resolvi mudar o movimento. Ao invés de pintar peça por peça, coloquei parte das peças que pintava em um mesmo suporte e mergulhei todas na tinta preta. Depois repeti o ato, mergulhando as peças numa tinta branca.
Estes novos gestos
adotados me trouxeram uma emoção completamente nova. Esqueci as horas enquanto trabalhava, apenas curtindo o momento. A sensação que eu tinha era que eu estava preparando Maçãs do Amor! E o melhor é que o resultado ficou
ótimo para o que eu
intenciono!
Digo
intenciono, porque a princípio penso em desenvolver um
projeto em que tais peças formarão um tabuleiro, como um jogo de xadrez. Mas, como eu estava dizendo, o gesto é que comanda o resultado e nem sempre eu comando o gesto. Logo, tal
projeto é só uma ideia, que tomará forma própria e ao final, com certeza, surpreendera até mesmo a mim, a suposta criadora.
O gesto é o que dá forma à criatividade; então, vamos a ele!